quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Fαdαs




    Parecendo surrealista, eu nutro desde miúdo um carinho muito especial por amigos imaginários e fadas-madrinhas' Quantas vezes troquei ideias e segredos com os meus amigos que apenas eram ínvisiveis aos outros' Foram durante a minha infância amigos leais e dignos' Nunca me traíram, e, quando me sentia menos feliz, eles tinham a paciência de me ouvir sem uma crítica ou um queixume' Revolta-me ainda hoje que certos pais achem rídiculo que as crianças assumam esses amigos' Quanto ás fadas, imagináva-as sobre o meu telhado zelando por mim e pela minha família' Imaginava voar com elas, ou sentia curiosidade em saber como seriam as suas casas pequeninas, como elas' Até a fada má me despertava alguma símpatia. Podem ser ilusões ou fantasias, mas fizeram a minha alegria de petiz e eu tive sempre companhia, quando outros me viam sozinha. Não estava só e, a companhia era super agradável' Quem mesmo em adulto perde o sentido de fantasiar, é porque já morreu, embora pareça vivo. As fantasias são o alimento da nossa existência' Sem isso não vivemos' Apenas se vegeta.